"E aqui estou, sempre querendo outra vida, sempre invejando os sorrisos alheios. Sempre fechando-me num casulo sórdido, esperando alguma fresta de luz invadir e liricamente me cegar. Deixo-me cegar pela tua voz, pelo brilho fosco do teu cabelo, pelo cheiro que exala quando tu passa. E sabe, você é um infeliz, um sádico, um inalcançável amor na minha vida. Me deixa viver, eu te imploro. Solta minha pálpebra, deixa eu fechar esse olho dolorido, deixa eu me deleitar num sonho sem maldade. Vai, vai-te embora daqui, deixa o escuro esconder o que eu tento exibir, deixa o som ensurdecedor das alegrias lá de fora omitir aquilo que eu quero fazer-lhe escutar. Minha voz é para mim, meu abraço é somente meu, sim senhor. Sem dores, sem grilos, em meu sono esqueço disso tudo e até brinco de viver, de correr sem medo por aí."
Letícia Castor Moura'
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