domingo, 5 de maio de 2013

¿?¿


E cá estou, sempre indagando a mim mesma. Quem sou? Qual o meu papel, meu lugar? Qual a minha voz em meio a tantas? Será que eu, tão pequena, tão ordinária em minha vida, tenho algum valor? Gosto de pensar que sim. Como já disse milhares de vezes, sempre creio nas menores coisas como sendo as mais maravilhosas, que mais brilham. Mas eu não me encaixo. Rio contigo, pulo aqui, acolá, tropeço nas calçadas de todos os bairros, todas as vidas. Não estou em local algum, com ninguém, nunca. Tento prender-me a alguém, sou tirada a força. Tento chamar tal lugar de lar, mas me chutam para fora. Não tenho casa, não tenho nome, não tenho dono. Quero possuir as pessoas, suas dores, suas alegrias, e quero que possuam as minhas também, mas não dá. Uns querem posse, outros liberdade. Estou livre demais, quero ser presa. Quero ser presa por um amor qualquer, uma vida simplista e aberta na qual seja livre para cantar, cair, viajar dentro do calor dum cobertor. Não quero liberdade falsa, não quero ser de todos; porém, eu sinto ser. Sinto ser tua amiga, confidente, entendedora. E para quem quer nada além da paz, sentir todos assim é uma maldição e uma dádiva. É amar sem fronteiras, mas sem aquela sonhada liberdade própria.

Letícia Castor Moura'

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